domingo, 13 de abril de 2014

Em Abril



Abril é, tradicionalmente, o mês da Páscoa, o tempo de renovação da Natureza (se os ciclos se mantivessem como antigamente), o momento certo para recordar com mais intensidade um homem que continua a ser um exemplo para os homens de todos os tempos, de todas as ideologias políticas e religiosas. Ser consensual a este ponto não é fácil nos tempos que correm nem o foi no seu próprio tempo. É preciso ser bom. É preciso talento. Pois ele é das figuras históricas e religiosas mais analisadas, mais estudadas e que, no entanto, nos deixa sempre margem para o mistério, nos permite um espaço, maior ou menor, de incompletabilidade. 
Depois de mil leituras sobre esta figura fascinante que me acompanha desde a mais tenra idade, continuo maravilhado com as questões que, tantos anos depois, ainda se me colocam, sem por isso diminuir essa admiração e a vontade de ter sido seu amigo. Quem foi, afinal? Como conseguiu com o seu exemplo e com a sua palavra pôr em risco um império? Que carisma é preciso possuir para, como ele, ter arrastado, e arrastar ainda, multidões? Realizou milagres? Não sei, nem acho isso importante. Amou uma mulher? Se proclamava o amor, seria justo e lógico dar o exemplo. Queria nivelar a sociedade em termos de riqueza e de oportunidades? Estava, decerto, muito à frente do seu tempo. Mexeu nos ninhos de cobras dos ricos e poderosos? Mexeu… e de que maneira.
O mais irónico é que, se tivesse nascido há 33 anos, ali, num estábulo perto da nossa cidade, muito provavelmente estaria igualmente prestes a ser crucificado no monte mais alto aqui da região. Talvez no Castelo ou ao lado da Ermida da Senhora da Visitação, sua Mãe. Entre ladrões e malfeitores. Entre drogados e prostitutas. Entre os que ele mais amou e defendeu. E, mais uma vez, não recusaria a morte. Porque sabia que o seu nome iria continuar acima de todos os nomes, porque defendera os fracos, os oprimidos, os humildes, os doentes, os abandonados, os injustiçados, as vítimas de toda e qualquer intolerância.
Porque iria ser o consolo de quem n’Ele acredita. Porque Ele sabia que iria ser o Irmão mais velho que todos gostaríamos de ter.


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Distraídos crónicos...


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