domingo, 20 de novembro de 2011

Goodbye, euro!


Ocupada com os seus muitos afazeres, a minha fofa confia em mim no que lhe vou transmitindo em relação ao mundo, aos seus atrasos e avanços quotidianos e, para que ela não sofra muito, lá eu vou pintando as coisas com cores menos escuras, dando, aqui e ali, uma ou outra pincelada de optimismo, saberão os deuses onde o vou buscar. Ela, que tem por obrigação profissional mostrar aos outros que o mundo não é tão mau como o pintam, se viver num espaço de felicidade contínua, tem a vida facilitada no consultório e… na vida. Quando lhe disse, a medo, mais escondendo que mostrando, que o Portugal que tanto amamos teria, provavelmente, de voltar às notas do Santo António, do Pedro Álvares Cabral e da Rainha D. Maria, ela sorriu e pediu-me: “Espera que eu já venho”.

Nem passaram dois minutos quando apareceu à minha frente, trazendo na mão esquerda um talego do pão, daqueles grandes e coloridos, inchado e pesadote. Estava cheio de notas do antigamente. Tantas que ainda hoje não fui capaz de contá-las. Na mão direita segurava um velho conversor azul e que há muito não tinha qualquer uso. A fofa olhou para mim e disse-me, com ar triunfante, perante o meu ar esgazeado: “Eu nunca confiei no euro!”



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Frau Hitler



Ando preocupado com o facto de Portugal ter de sair da zona euro… seja lá o que isso for. Ando preocupado, mas não é pelo facto de voltar aos escudos, e sim porque a Europa, e Portugal em particular, numa atitude de Yes Minister, estúpida e lambebotista, já começou a fazer tudo o que a Alemanha manda. A senhora Merkel diz: “Cantem!”. E a gente canta. A senhora Merkel diz: “Chorem!”. E a gente chora. A senhora Merkel grita: “ Paguem!” E a gente paga. A senhora (que devia fazer uma dietazita) berra: “Comam pedras!” E a gente come, em silêncio como cordeiros, inocentes e parvos. Espero ardentemente que ela, um destes dias, não se lembre de nos gritar: “Diarreia!”

Na minha ainda inocência em relação às repetições da História (já não tenho idade para tanta ingenuidade), só agora percebi que estamos perante o IV Reich. O primeiro foi quando Carlos Magno quis conquistar a Europa; o segundo, quando Napoleão quis ser dono da Europa; o terceiro quando Hitler foi dono da Europa e, agora, o quarto começou quando a senhora chanceler alemã jurou a si própria vingar a derrota de Adolfo Hitler e transformar-se num Adolfo louro e sem bigodinho (tem um pequeno buço mas… mal se nota!).

Herr Adolf, o original, que subiu ao poder com o voto do povo, sentiu há pouco, esteja onde estiver, um arrepio de alegria quando percebeu que há uma nova Blitzkrieg na velha Europa e que, desta vez, não há aliados que nos safem. Blindados? Infantaria? Aviação? Náááááá! Os métodos agora são outros, igualmente fatais. E não é preciso construir campos de concentração. Cada país em apuros vai-se, aos poucos, transformando num verdadeiro campo de morte.

O Dia D ainda vem longe, se é que vai chegar. Heil, Frau Angela!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Conquistas


Ontem, cantou-se e declamou-se em Português numa pequena cidade chamada Västerås, na Suécia, onde o Coral de São Domingos cantou há uns bons anos. 
A Vera Guita regressou recentemente àquele paraíso mas, passadas umas semanas, não aguentou as saudades. Sem hesitar, matou-as assim, como só ela sabe, "montando" ao pormenor um serão cheio de lusofonias
Estive lá. Em espírito, porque em corpo não me deu jeito. E aplaudi até me cansar. E, daqui, do berço, abraço a Vera. As saudades são muitas. Até me apetece falar Sueco: Grattis och. .. vi ses snart

domingo, 13 de novembro de 2011

Como Aníbal


Uma gaivota chamada Otelo Saraiva de Carvalho, capitão de Abril e figura central dessa mítica e imprescindível Revolução de 1974, e esse mérito ninguém lho pode tirar, lembrou-se de sacudir o pó da farda de coronel e mandar umas bocas à boa maneira das FP-25. Disse ele, para quem quis ouvir, que quando são "ultrapassados os limites", os militares devem derrubar o governo. Um golpe militar seria, portanto, a resposta à actual situação do país e não manifestações como a do passado dia 12.

Otelo esqueceu-se de um pormenor que faz toda a diferença. A troca de poderes não se poderá fazer agora no Quartel do Carmo, como em 1974. As tropas não poderão marchar sobre Lisboa e dominar os pontos estratégicos da cidade nem ocupar os estúdios das televisões e das rádios da capital. Otelo e os seus 800 homens (pelo menos, foi o número que o senhor atirou) lá teriam de ir de chaimite, atravessando os Pirenéus (qual Aníbal com os seus elefantes) em direcção à Europa Central, mais concretamente à poderosa Alemanha, para, em Berlim, engaiolar a senhora Merkel no Reichstag e, aí, sim, mandar uns tiros intimidatórios para forçar a senhora a entregar o poder ao povo.

Há, contudo, outro pormenor que escapou ao antigo capitão esclarecido, agora coronel com as hormonas revolucionárias estranhamente aos saltos: em Berlim, que se saiba, não há praças de touros à sua disposição.

Distraídos crónicos...


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