domingo, 7 de dezembro de 2008

Banda de Lavre acompanha Carlos Guilherme


No dia 6 de Dezembro, o Curvo Semedo encheu-se quase completamente para assistir a um acontecimento musical pouco comum: a actuação de um cantor lírico, profissional, acompanhado por uma banda filarmónica amadora. O espectáculo serviu para provar a quem, porventura, ainda tinha dúvidas, que os conceitos de profissional e de amador não são assim tão lineares.
Quem conhece o excelente trabalho da Banda Simão da Veiga, de Lavre, e do maestro Fernando Palacino, sabe que estas considerações não surgem por acaso. Se alguns dos espectadores não estivessem a par dos antecedentes da Banda, nenhum iria pensar estar na presença de músicos amadores. Carlos Guilherme, se me chegar a ler, vai ser, com certeza, desta opinião: se foi um privilégio para a Banda de Lavre acompanhar um nome grande da música portuguesa, tenor residente do Teatro de São Carlos, participante em dezenas de óperas um pouco por todo o mundo, também este se sentiu privilegiado, e notou-se durante todo o espectáculo, ter sido acompanhado por tão talentoso grupo. Amadorismo? Não se deu por ele. Pelo contrário, seria uma nota de honestidade e de respeito pelo público, se muitos profissionais tocassem com o mesmo rigor um programa assim tão exigente, que nos permitiu ouvir Nessun Dorma, da ópera Turandot de Puccinni, Il Brindisi, da Traviata de Verdi, e vários números de música ligeira portuguesa. Por isso, se Carlos Guilherme, com uma simplicidade, própria dos grandes homens, agradeceu o “acompanhamento”, teve boas razões para isso.
Em conclusão, três factores que tornaram esta noite memorável: o insistente apoio da Câmara Municipal a instituições do concelho, integrando-as nos diversos Ciclos culturais que se vão promovendo ao longo do ano; o casamento irrepreensível da voz de Carlos Guilherme com o conjunto dos instrumentos da Banda e a sua total empatia com os músicos e com o público; e o facto de umas boas centenas de pessoas terem, definitivamente, ficado cativadas pela música clássica e pelo canto lírico. Como se comentava nesse serão, nos corredores do Curvo Semedo: “Se o Carlos Guilherme canta e se a Banda de Lavre toca, é porque vale a pena.”
Eu cá também acho.
(Agradeço a foto ao Manuel Roque, que fez a reportagem fotográfica ao serviço da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo)

8 comentários:

SMA disse...

Caro João,

Aqui se prova que o mundo virtual nos pode trazer grandes supresas e das boas...
Adoro o teu coral... e o Acordai marcou e muito uma fase da minha vida.
Que bom ter-te aqui... e levo-te para o meu espaço.

bjo
Sofia

roanita disse...

Obrigado!

Ficamos contentes por ter apreciado o nosso trabalho e de aqui o divulgar com algum fulgor.

Obrigado também à Banda de Lavre que nos proporciona, a nós amadores, tocar ao lado destes senhores da música, muito simpáticos por sinal.

Obrigado a todos os que lá estiveram e que nos fizeram ouvir as palmas ainda antes das peças terminarem.

Anónimo disse...

Foi sem dúvida uma noite memorável. Parabéns pela capacidade de análise e obrigado por torna-la pública. Sou fã do Fernando Palacino, meu colega e amigo à séria, e do trabalho que por Lavre se faz, em prol da juventude e da música. Parabéns Palacino, parabéns Nuno e Parreu, que além das suas prestações musicais que oferecem, tiveram um trabalhão e muitas dores de cabeça para tornar possível a tal noite memorável. Obviamente termino dando os parabéns ao Carlos Guilherme pela sua atitude humilde e muito simples de trato (em relação à sua prestação musical nunca duvidei que corresse muito bem) , e a todos os elementos da banda, porque do mais velho ao mais novo trabalham nesta semanalmente como a dignidade e o esforço de poucos profissionais.

Bravo!
Filipe Cordeiro

Anónimo disse...

São palavras como estas, vindas de um verdadeiro apreciador da boa música, que nos elevam e nos dão força para continuar a trabalhar de uma forma "profissional" dentro do "amadorismo"!

Dá para provar àqueles que, com desdém, tentam deitar o bom trabalho abaixo em vez de se tentar ultrapassar em qualidade e promover o respeito mútuo entre indivíduos ligados à cultura montemorense!

A título pessoal, agradeço as suas palavras ternas e sinceras, e esperemos que num futuro próximo, coral e banda voltem a "namorar"!Um abraço com amizade

Cloreto de Sódio disse...

Há-de haver uma oportunidade para voltarmos a fazer uma parceria "à maneira". Um abraço, Hugo.

Anónimo disse...

Queria aqui então agradecer as palavras escritas no texto. EU, como membro da banda de Lavre, sinto-me cada vez mais orgulhoso de todo um trabalho efectuado, e que se nota a cada concerto que passa. Pois claro, este nao foi excepção...foi bastante gratificante trabalhar com um SENHOR da música, o tenor Carlos Gulhereme a quem dou já os meus parabéns, tal como a toda a banda, à sua direcção, ao maestro Palacino e ao publico, que foi tambem um factor motivante no nosso trabalho, pois é sempre bom "jogar com casa cheia". Espero que hajam bastantes mais oportunidades como estas, para bem da cultura montemorense.


um abraço,
André Banha

Anónimo disse...

Ah e claro ue sou a favor desse "namoro" com o coral

Anónimo disse...

Como músico da Banda de Lavre, só me orgulham as palavras por aqui escritas!
De facto, o concerto foi memorável e de alto nível!
Fico a aguardar a concretização da ideia lançada naquele dia: Banda + Coral + Carlos Guilherme....

Distraídos crónicos...


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